Thursday, March 29, 2007

lá fora

lentamente me habituei ao que vejo lá fora. aquelas montanhas de betão, mortas, fazem já parte de mim. por mais que me aborreça ter que as vez todos os dias, já me habituei. resta-me o consolo de estar cá cima, cá muito em cima. tão perto das nuvens, do céu (quase lhe toco!). como é possível não querer voar?
lá fora.
lá fora.
lá fora.
já me habituei ao que vejo lá fora. por mais que não goste daquilo que vejo, aquelas luzes macilentas e o betão morto e aborrecido, já me habituei.
mas tenho saudades, sinto a falta de olhar lá para fora e ver tudo aquilo que conheço. sinto a falta daquela vida toda, daquele verde viçoso. aquele ar puro, aqueles odores tão simples e familiares. sinto a falta de casa, pois claro. não há homem que viva sem a sua terra.
lá fora.
lá fora.
lá fora.
já não vive aquele verde. morre aquele betão amontoado. mas resta-me o consolo de estar tão alto, tão perto do céu.
e a paz preenche-me...