Wednesday, August 30, 2006

agora o tempo passa a correr.
esfuma-se, esvai-se
e nós não damos por ele.
envelhecemos com ele,
sem o vermos.
acordamos um dia e somos velhos,
não somos mais o que outrora éramos.
não tenho o tempo que parecia ter quando era inocente criança.
aí tinha tempo,
para tudo,
até para pensar.
agora o tempo corre, esfuma-se, esvai-se.
agora não tnho tempo,
nem para pensar.
mas também não quero,
não quero pensar.
pensar dói,
pensar faz-me perceber.
não quero pensar,
quero antes fingir que tenho em mim ainda a doce inocência de criança.
não quero o tempo,
não quero o pensamento.
quero-me a mim,
inocente,
ignorante,
eu apenas.
sem tempo,
sem pensamento.